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Luciana Corrêa

Bûche de Noël❤ (com vídeo da receita)

Atualizado: 24 de mai.



Olá, tudo bem por aí? Como você está?


Já esteve por aqui recentemente? Então já sabe que estamos sempre buscando receitas com história para contar!


Estas lindezas percorreram o tempo, estiveram nas mais variadas mesas, foram provadas e aprovadas por uma infinidade de paladares e, ainda assim, chegam aos dias de hoje com a mesma graça e majestade! Elas não são incríveis?


Não deixe de conferir as demais histórias que postamos neste blog, elas são massa!


Hoje falaremos sobre o Bûche de Noël ou "tronco de Natal", um rocambole feito com massa de pão-de-ló ou com a genoise, recheada, coberta com um creme de chocolate dando a forma e características de um tronco de árvore. Uma das sobremesas francesas típicas das épocas natalinas, sua história é uma aula de história por si só!


Quando pesquisamos esta receita antiga, encontramos uma tradição que remonta a Antiguidade, ao povo Celta (600 A.C. – 600 D.C.) e a um dos muitos ritos pagãos da época pré-católica.


Antes de chegarmos a esta sobremesa natalina, vamos falar de um fenômeno astronómico conhecido por Solstício de Inverno! Já ouviu falar?


No hemisfério Norte este fenômeno acontece a partir do dia 21 de dezembro e marca o início do inverno nesta região. Época muito fria e com grandes desafios por conta das baixas temperaturas... Nesse dia, o hemisfério Norte recebe os raios do Sol de forma oblíqua (inclinada), isso faz com que receba menos iluminação solar e, portanto, menos calor. É o dia do ano que escurece mais cedo! A partir desta data em diante, todos os dias serão mais e mais iluminados! Uma observação: estamos falando do hemisfério Norte, mas no hemisfério Sul acontece este mesmo fenômeno e a data é outra, 21 de junho!


No hemisfério Norte, mais especificamente na região da Europa e parte da Ásia, o povo Celta viveu entre os anos de 600 A.C. e 600 D.C. Um dos rituais desse povo para comemorar o fenômeno do Solstício de Inverno, ou seja, o início de dias mais iluminados no Hemisfério Norte, é chamado Comemoração de Yule. Um ritual rico em detalhes, onde as comemorações são o marco da ciclicidade da natureza e da passagem das estações. Neste ritual, os povos Celtas usavam as vestimentas nas cores verde, vermelho e dourado para comemorar a data, pois era o início do ano celta e uma época de renascimento, sendo uma das comemorações mais importantes desse povo. Eles enfeitavam as árvores aos redores de suas casas com velas com o intuito de deixar as ruas mais claras, o que proporcionava um clima iluminado e festivo. Além disso, algumas árvores eram enfeitadas com um pentagrama feito de galhos na ponta. Deste ritual pagão, para as comemorações do Natal cristão, vemos que muitos dos elementos antigos foram herdados e permanecem até os dias de hoje.


Para celebrar o renascimento ou o ressurgimento da luz, um dos costumes desta época era o da “tora de madeira”. Esta, vinda em geral de uma árvore frutífera para garantir uma colheita bem-sucedida no ano seguinte, era trazida para casa e colocada na lareira, que na época funcionava como o centro das atividades de cada família. Dependendo da região e de suas várias crenças, sal, vinho ou água benta, entre outros ingredientes, eram colocados sobre o tronco antes de incendiá-lo. Borrifar o vinho, por exemplo, era outra forma de garantir que a colheita da uva no ano seguinte seria abundante.


Uma vez acesa nas vésperas do Natal, na data do Solstício, a tora de madeira deveria queimar lentamente por pelo menos três dias para trazer sorte, de preferência até o Ano Novo. Um momento para reafirmar a continuação dos ciclos da vida e integrar a coragem para enfrentar os obstáculos do inverno. Aquilo foi apenas o começo: a cinza da tora fornecia proteção contra quedas de raios e o carvão era usado durante todo o ano em várias poções medicinais.


Tudo isso é muito interessante, mas em que ponto o rocambole, Bûche de Noël, entra em cena?


Uma das histórias que se conta é que, aos poucos, as lareiras tradicionais foram desaparecendo das residências, sendo substituídas por fogões à lenha e calefação. Sem elas para o ritual dos troncos de Natal, toras menores eram colocadas como um lembrete decorativo sobre às mesas, e foi apenas uma questão de tempo até que alguém percebesse que seria muito mais agradável comer a tora do que simplesmente observá-la. Nasceu a Bûche de Noël como uma sobremesa típica de Natal.



Uma outra história, mais famosa sobre essa sobremesa francesa, está associada ao grande Napoleão Bonaparte, da França. Ele emitiu uma proclamação, segundo a qual, o povo de Paris foi obrigado a fechar as chaminés de suas casas, durante o inverno. Pensava-se que a entrada de ar frio nas casas estava causando a propagação de doenças e a proclamação visava à prevenção dessas doenças. Foi nessa época que o Bûche de Noël foi inventado em Paris. Como o uso de lareiras era proibido, eles precisavam de algum tipo de símbolo tradicional que pudesse ser apreciado com a família e amigos durante a época festiva. Assim, esse bolo tornou-se uma substituição simbólica em torno da qual a família poderia se reunir para contar histórias e comemorar!


Hoje em dia na França, o Bûche de Noël é feito de uma maneira bem mais elaborada e moderna, mostrando que esta linda sobremesa pode ser servida em todas as épocas do ano e não só no Natal!


Vejam dois exemplos da @lenotre Paris:






Gostaram da história? Segue uma receita deliciosa e diferente do Bûche de Noël da NhacGNT!



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Luciana Corrêa - Mixing things with Love

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