Olá! Tudo bem por aí?
Quem já nos acompanha há algum tempo sabe como apreciamos uma boa história e, também, uma boa receita. Agora, se elas vierem juntas, aí é bom demais! Neste post vamos falar de um chef do século XVIII - famoso - sua história de vida e uma receita de bolo. O incrível é que, ao fazermos a receita aqui em nosso atelier, tentando reproduzir uma iguaria do século XVIII-XIX, mostramos que as receitas são eternas; elas percorrem o tempo intactas, belas e inesquecíveis. Claro que hoje em dia a maneira de contar uma receita é diversa, também as medidas são mais precisas procurando deixar de lado "uma pitada disso e um pouquinho daquilo", mas elas, de algum modo, chegam até nós e perfumam todo o ambiente nos dizendo, com delicadeza, que estão por aqui, ainda e sempre!
Em nossas pesquisas sobre receitas antigas nos deparamos, com bastante frequência, com o grande chef francês Marie Antoine Carême (1784-1833). Ele foi o responsável por inúmeras criações e pela ampla divulgação de incontáveis receitas. Exerceu sua culinária como arte e como ciência, Carême é citado como um dos chefs mais famosos da alta gastronomia francesa.
Marie Antoine foi abandonado pelos pais na época da Revolução Francesa e, logo cedo, tornou-se aprendiz de Sylvain Bailly, um famoso pâtissier com uma loja em Paris, perto do Palais-Royal. Mais para frente abriu sua própria loja, a La Pâtisserie, onde criou suas famosas pièce montée, espécie de escultura bastante detalhada feita com bolo, açúcar, merengue, pasta de amêndoas etc. Chamou a atenção com seu trabalho detalhado e grandioso e tornou-se muito conhecido. Trabalhou para o rei George IV, para o czar Alexander I, serviu Napoleão Bonaparte, entre outros famosos, sendo assim considerado:
"o rei dos chefs e o chef dos reis"
Marie Antoine Carême escreveu alguns livros importantes e, em um deles, The Royal Parisian Pastrycook and Confectioner, publicado em 1834, o autor traz algumas receitas do bolo denominado: Gâteau de Plomb. A base deste bolo é: farinha, gemas, açúcar, manteiga e creme de leite. Ele é firme, bem amanteigado, saboroso. Ideal para degustar tomando um bom café!
A seguir, a receita do bolo de pistache de Carême escrita da maneira como está no livro, com algumas alterações referentes às unidades de medidas. Interessante notar a maneira como as receitas eram escritas (sem separar os ingredientes do modo de fazer) e a falta de precisão de alguns dos itens.
Testamos e aprovamos esta maravilha!
Gâteau de Plomb com pistache
de Marie Antoine Carême
“Peneire 340 gramas de farinha de trigo, coloque no centro 2 pitadas de sal fino, 170 gramas de açúcar, 340 gramas da melhor manteiga, as gemas de seis ovos e meia xícara de creme de leite. Trabalhe-o da maneira usual e, em seguida, adicione o máximo de creme que puder para torná-la macia. Espalhe sobre a massa 226 gramas de pistache, que foram escaldados, lavados e secos em um guardanapo. Em seguida, misture sua pasta e finalize o bolo como os outros, colocando-o em forno brando, onde deve permanecer por duas horas.”
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Luciana Corrêa – Mixing things with Love
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